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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pesadelo

Estávamos em um bairro chamado Vila Operária, na casa de uns amigos assistindo a um filme na TV e conversando, coisas que sempre fazíamos.

Foi então que escutamos uma gritaria e pessoas correndo para todo o lado. Uma confusão. Ouvimos barulho de tiros e comecei a ficar desesperada. Sabia que alguma coisa tinha dado errado. Corremos para a janela e vi a cara dele, o Coronel, um senhor beirando uns 50 anos, com cabelos escuros e alguns fios brancos, que lhe dava uma aparência "antiga". Fumava e os olhos eram profundos e sombrios, desses que se a gente olhar muito sente um frio percorrer a espinha.
Os vizinhos gritavam que alguém havia feito merda. E o choque no olhar das pessoas me deixava ainda mais apavorada, mas também decidida. Eu precisava sair dali e não conseguia ver inocentes caindo mortos no chão só porque um coronel foi tirado do sério.
Ele se dizia chefe e gritava aos quatro cantos:
- Eu sou o dono disso aqui! E aí daquele que me desafiar!
Ah, o povo sempre se calava diante dessa ameça.
E meu medo e angustia aumentando e a agonia crescendo. Eu não P-O-D-I-A mesmo ficar ali. Corri pela porta afora com meu doce amado nos meus calcanhares, dizendo:
- Não faça isso! É loucura sair no meio do tiroteio.
Mas fui.
E na correria só ouvi um disparo e depois outro de longe...

Senti o suor frio escorrer na minha face e uma dor latejante em minhas pernas, me virei para olhar e só vi sangue, muito sangue e a pressão caindo, não vi mais nada a minha frente. Desmaiei.
Acordei na casa novamente, deitada de bruços e com alguém me falando que a bala precisava ser retirada. Estremeci, mas fui corajosa, precisava ser! Senti a bala sendo puxada com uma pinça e depois a agulha penetrando minha carne para fechar o ferimento. Foi profundo o buraco feito. O outro tiro foi de raspão, mas me deixou um corte até que profundo, porém de fácil cicatrização.
Ele estava ao meu lado e chorava feito criança. Dizia:
- Pensei que iria te perder para sempre! Te amo! Te amo!


Não sei ao certo a data, pois não escrevi...mas o ano foi por volta de 2005
OBS: Novamente me desculpo pela má pontuação...mas o texto é "antigo"...e esse por ser um "sonho"...realmente escrevi como me vinha à cabeça...rsrsrs
É provável que irei postar mais contos inacabados, pois tenho vários desses....tinha uma idéia e colocava no papel (pedaços de guardanapo, blocos de anotação...o que via pela frente) 

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